terça-feira, junho 27, 2006

Memórias de um Beijo


Lembras-me uma marcha de Lisboa
Num desfile singular, quem disse
Que há horas e momentos p´ra se amar.
Lembras-me uma enchente de maré
Com uma calma matinal
Quem foi, quem disse
Que o mar dos olhos também sabe a sal.

As memórias são
Como livros escondidos no pó
As lembranças são
Os sorrisos que queremos rever, devagar.
Queria viver tudo numa noite
Sem perder a procurar
O tempo, ou o espaço
Que é indiferente p´ra poder sonhar

Quem foi que provocou vontades
E atiçou as tempestades
E amarrou o barco ao cais
Quem foi, que matou o desejo
E arrancou o lábio ao beijo
E amainou os vendavais.

[Trovante]
" eles cantam o que nós sentimos..."

sábado, junho 24, 2006

Epidemia




Por todo o país se vê havaianas.

Simples e baratas, as havaianas brasileiras tornaram-se uma moda em todo mundo. Segundo as estatisticas, Portugal é o país europeu que mais importa e os pés dos portugeses são os que mais calçam. Histórias de uma moda que começa nos pobres... Um pedaço de borracha faz ao mesmo tempo de palmilha e de sola. É só encaixar e já está. Elas vão a todo lado, ao café, restaurante, cinema, piscina, praia, enfim caminham por todo lado. Epedemia. Digo isto, pois reparei que tenho sem dar conta uns quantos pares, acho que tenho uma praga colorida que quanto mais tenho mais quero ter, sem dar por isso.
O chinelo brasileiro feito para os pobres tornou-se estrela planetária, a havaianas-mania já chegram ao mundo dos famosos dos espectáculos e desporto. A modelo Naomi Campbell, a actriz Nicole Kidman e o futebolista David Beckham não dispensam este chinelo de enfiar no dedo que, há três anos consecutivos, também é estrela na cerimónia de entrega dos Óscars em Hollywood.
Bonita e confortável, a sandália Havaiana transformou-se num culto. Quem não tem pelo menos um par - de qualquer cor, não importa - está completamente desactualizado das peças básicas para qualquer guarda-roupa que se preze. Um bom par de Havaianas combina com cidade, com
praia, mar, céu azul, piscina, qualquer estilo de vida. Objecto de desejo, as Havaianas têm glamour, personalidade e estilo. Básicas, irresistíveis, imprescindíveis, elas serão eternas no meu guarda roupa. Não acredito que tu não tenhas umas havaianas?!

"Porque o que era pobre virou pop."

quinta-feira, junho 15, 2006

Lembranças...

Lembranças são recordações pequeninas gravadas nos braços da memória. As memórias são braços que o tempo nos dá para nos prendermos bem à vida. Fortes se o músculo é feito das pequenas coisas insignificantes do dia-a-dia. Braços onde vamos escrevendo a nossa história aos poucos. Tatuagens feitas na carne da alma. Somando tintas, cores, cheiros, sombras e sonhos. Às vezes apenas um traço. Braços numa espera sem fim. Como a própria vida. Os que levantam do chão quando a vida prega uma rasteira. Colo onde caberemos sempre. Refúgio para onde corremos um instante se o futuro hesita em ser gentil. Colo. Braços esquecendo a espera. Sem saber a hora exacta em que regressaremos. Mas prontos. Abertos. Algures num dia incerto. A lembrar que a vida vale a pena. Durante e depois. Apenas para lembrar. Prontos a esperar de novo se necessário. Uma força maior que os impede de baixar os braços de vez. Uma referência para todas as horas tristes que nos empurram de quando em quando. Um impulso que outros não viram. Ás vezes as recordações daqueles que entenderam o nosso sorriso num acaso qualquer sem mais história. Ás vezes uma pequena coisa que nos fez chorar e não comoveu mais ninguém. Insignificante o bastante para se fixar na memória para sempre. Pequeninas coisas que medem forças com as adversidades do presente. E às vezes esse braço de ferro é só o começo de grandes coisas. Levar a mão á cicatriz que ainda dói, entender o traço, afagar o arrepio, beijar a pele. Valerá a pena acrescentar mais tintas, cores, cheiros, sombras e sonhos? Porque a saudade não passa disto. Um abraço sem asas. Apenas um gesto humano.

"Lembranças e Tatuagens..."

sábado, junho 10, 2006

Portugal

(...)

"Bamos lá cambada, todos à molhada que isto é futebol total
Deixem-se de tretas, força nas canetas que o maior é PORTUGAL
Bamos lá cambada, todos à molhada que isto é futebol total
Deixem-se de tretas, força nas canetas que o maior é PORTUGAL
Os portugueses já provaram muitas vezes
Saber ser uns bons fregueses das grandes ocasiões
Nesta jornada nem que seja à pantufada
Nós estaremos na bancada muito mais de dez milhões
Força Portugueses!
(...)
Temos de ter coragem, muita força
Pensem nos vossos antepassados có nada
Muito orgulho, muita vivacidade
E vai... e um, dois, e um, dois...
E vai lá... e cruza... e é golo, e é GOLOOOOOOOOOO"
"Herman José"
PORTUGAL

segunda-feira, junho 05, 2006

Para ti...

Uma mão estendida a chamar, um sorriso, um abraço ou simplesmente palavras. O valor de um amigo não se mede, sente-se ao mesmo ritmo que o nosso coração vai baixando os batimentos, necessita-se à medida que a escuridão nos invade... não se agradece... corresponde-se. Há dias que não passam em branco, dias que se escrevem cheios de histórias suficientes para encher folhas em branco, as histórias que vamos rir daqui a anos e recordar com saudade. Porque não há só alegrias na vida, felizmente há mãos que nos tocam, olhos que se cruzam e corações que batem em uníssono, sem necessidade de estarem apaixonados, só por estar ali... naquele sítio ideal à hora certa.

"Um obrigado que não se agradece...mas que se sente."

domingo, junho 04, 2006

Olhos baixos



Os olhos baixos que olham demoradamente o chão, a vida passa por ti sem se atrasar nem só um segundo, os dias que se atravessam, os meses barrados a ilusão, os anos perdidos... Mais um passo e talvez outro, enfim... um dia tudo se resolverá, talvez sim ou não, por agora limita-te a sonhar com a realidade, pegando em ti mesmo, concentrando o esforço no que te é directamente possível, o vazio.
Os olhos passam a olhar mais o vazio que os sorrisos, os gestos e as mãos atordoadas do mundo, tudo se resume a uma exclusividade de nós mesmos, à nossa melhor oportunidade de estarmos frente a frente com nós mesmos, pois somos únicos... é o que dizem, somos tão únicos que devemos ser os mais parvos a existir por aí. Seremos de facto únicos, pois nada em nós tem um outro lado, seremos a margem sem ponte para o outro lado, uma das faces do muro que o outro lado não vê, talvez sejamos apenas e simplesmente algo que não passa de uma lógica mal definida, não temos resolução e ninguém quer tentar resolver. Então caminhamos cada vez mais, cada vez mais afastados do que nos é próximo, para um fim que não sabemos qual é, tentando apenas suportar o fim de cada dia, o adormecer, o acordar e o viver... esse viver tão lento e demorado, só à espera do fim de cada dia.


" Tudo é frágil e tudo se parte, tudo se aproxima do chão a uma velocidade que em fúria, consome e espalha tudo o que em nós se mantinha."