segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Tic Tac


"Os dias são sempre tão compridos quando não te vejo, e tão curtos quando chegas, apesar de conseguires fazer parar sempre os ponteiros do relógio ou até de os pores a andar ao contrário - parece-me que isso aconteceu outro dia, mas não tenho bem a certeza, porque o amor cega e ensurdece e uma pessoa só ouve duas coisas, a batida do seu coração e a batida do coração do outro, que como bate a par com o nosso, acaba por ser só uma – por isso afinal talvez nem se tenham movido, porque sempre que tu chegas paras o tempo, os ponteiros têm medo de continuar a andar, por isso imobilizam-se, suspensos pelo fio da eternidade, à espera que tu saias e os deixes continuar a dar sempre a mesma volta, fechados dentro do relógio e deve ser por isso que se queixam, tic-tac,tic-tac, quem sabe, à espera que um dia alguém lhes abra o vidro e lhes resgate a liberdade, com a mesma doçura com que abres as portas do meu coração, quando entras, no fim dos dias compridos que morrem à tua chegada. "

"...Às vezes interrogo-me onde vou buscar tanta serenidade na espera... "


M.R.P.

2 comentários:

Anónimo disse...

Fosse o coraçao um relógio de "tic tac´s" certos sem a obrigatoriedade da pilha do amor.

beijos *

Maguiga disse...

Gostei da observação..tives-te bem...Dioguhhh... Kisses